Maria, redentora no Redentor: breve reflexão litúrgica e mariológica

Uma breve reflexão…
No dia 13 de maio de 2010, no Santuário de Fátima, dirigindo-se aos doentes, disse o papa Bento XVI:
«Queridos doentes, acolhei este chamamento de Jesus que vai passar junto de vós no Santíssimo Sacramento e confiai-Lhe todas as contrariedades e penas que enfrentais para se tornarem – segundo os seus desígnios – meio de redenção para o mundo inteiro. Sereis redentores no Redentor, como sois filhos no Filho. Junto da cruz… está a Mãe de Jesus, a nossa Mãe».
Ser redentor no Redentor é, portando, possível a quantos entregam a Cristo todas as contrariedades, de acordo com a providência de Deus Pai, que completa, por misterioso desígnio, a paixão do seu Filho em seus membros (cf. Missas da Virgem Santa Maria – Missal – Formulário 11). Se os discípulos de Cristo podem ser redentores no único Redentor, de forma especial e inigualável será redentora no Redentor, a santíssima Virgem Maria, que, por vontade de Deus, nos foi dada como o modelo do discípulo, que guarda fielmente a palavra da vida (cf. Formulário 10).
Formada pelo Espírito Santo e unida plenamente ao sacrifício da Nova Aliança (cf. Formulário 12), a Mãe de Jesus é redentora no Redentor, de forma singular e irrepetível, porque, pela admirável providência do Pai, esteve presente nos mistérios da nossa salvação (cf. Formulário 9). Junto da cruz, por dom da bondade do Pai, Ela foi companheira da paixão do Filho e as dores, que não sofreu ao dar à luz o Filho, as sentiu cruelmente ao fazer renascer os homens para Ele (cf. Formulário 12). Junto à cruz do seu Filho, suportou dores muito atrozes (cf. Formulário 41), porque abraçando a vontade salvadora de Deus Pai, Se devotou totalmente à obra Filho de Deus, servindo fielmente ao mistério da Redenção (cf. Formulário 12).
Mas, a Lex orandi da Igreja afirma, ainda, que, pela infinita bondade de Deus, cumpriu-se, na santa Virgem Maria, o mistério da nossa reconciliação, preparado antes de todos os séculos (cf. Formulário 24). De facto, a Imaculada Virgem é Reconciliadora dos pecadores (cf. Formulário 14), mansa Cordeira, que padeceu com o Cordeio inocente (cf. Formulário 36), Mãe do autor da nova aliança e associada ao seu mistério de salvação (cf. Formulário 20).
Como a Santa Igreja, nossa mãe e mestra, não cessa de nos surpreender, pede e ensina-nos a pedir ao Pai Celeste, que, pelos méritos de Jesus Cristo, sumo sacerdote, e pelas dores da Virgem Maria, sua Mãe, o Espírito Santo, presente na Igreja, derrame abundantemente os seus dons em toda a terra (cf. Formulário 11). Não será possível, afinal, resumir todas estas maravilhas, que Deus realizou na sua humilde serva, numa só palavra?
P. João Paulo Quelhas Domingues
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