Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Parte l)

“Nossa Senhora do Perpétuo Socorro” é uma Nossa Senhora da Paixão, uma variante de Odeghitria.

Oração

Ó Mãe do Perpétuo Socorro, com a maior confiança nos inclinamos diante de ti para implorar a tua ajuda. Não confiamos nos nossos méritos e nas nossas obras, mas nos méritos infinitos de Jesus Cristo e no vosso amor maternal e invencível. Tu viste as feridas do Redentor e o seu sangue derramado na cruz para nossa salvação. É o teu Filho moribundo que nos deu a ti como nossa mãe. E não és tu, ó Maria, que escolheste o doce título de nosso Perpétuo Auxiliador? Ó Mãe do Perpétuo Socorro, pela dolorosa paixão e morte de Jesus, pelos sofrimentos indescritíveis do teu Coração, pela gloriosa Ressurreição do teu Filho que nos dá o Espírito vivificante, o Espírito que te fez fecunda e te levou ao Céu de corpo e alma, rogamos vivamente que obtenhas do Senhor a graça da cura, da saúde, da paz e da missão, que tanto desejamos e de que tanto necessitamos neste tempo. Amem.

História 1ª parte
O MERCADOR QUE ROUBOU NOSSA SENHORA

Por volta de 1496, uma imagem milagrosa da Virgem Maria era venerada em uma igreja na ilha de Creta. De acordo com uma antiga tradição, foi pintada no final do século XIII por um artista desconhecido, que se inspirou em uma pintura atribuída a São Lucas. Para nós, a história do venerável quadro começa naquele ano, com um crime gravíssimo: na esperança de vendê-lo a bom preço, um mercador roubou-a tomando a rota marítima e escondendo-a entre suas mercadorias. Graças à Divina Providência ela se salvou de uma tempestade selvagem ao desembarcar em terra firme.
No ano seguinte, ao chegar a Roma, imediatamente adoeceu gravemente e foi acolhido como hóspede na casa de um amigo, também comerciante. Na iminência de sua morte, contou-lhe do roubo vergonhoso e pediu-lhe que levasse o quadro para uma igreja onde pudesse receber culto adequado. O amigo romano prometeu-lhe que faria o que quisesse. Pouco tempo depois, o comerciante morreu.
O amigo se preparava para cumprir o prometido quando sua esposa o convenceu a manter o quadro em casa. Então a Virgem Maria apareceu para ele e disse-lhe para levá-la a uma igreja. Ele não obedeceu. A Mãe de Deus voltou mais duas vezes e o ameaçou de morte se continuasse a desobedecer. Sua esposa, porém, voltou a objetar e ele se revelou mais submisso a ela do que à Rainha dos Anjos. Em uma quarta aparição, a Virgem lhe disse: – Eu te avisei, te ameacei, tu não quiseste obedecer. Agora tu sairás desta casa, e então eu sairei em busca de um lugar mais honroso. Imediatamente após a aparição, de fato, o homem recalcitrante saiu primeiro, dentro do caixão, para o enterro.
A Santíssima Virgem então apareceu para sua filha de seis anos dizendo: – Diga a sua mãe e seu tio que Santa Maria do Perpétuo Socorro quer que você a retire desta casa, se você não quer que todos morram instantaneamente. A viúva levou o conselho a sério, porque ela teve a mesma visão que a criança. Um vizinho, no entanto, a convenceu a continuar mantendo a pintura em sua casa. Esta foi imediatamente atingida por uma terrível enfermidade, mas imediatamente se arrependeu de sua má ação, recorreu à misericórdia de Nossa Senhora e foi curada depois de tocar na pintura milagrosa. A Santíssima Virgem apareceu mais uma vez à menina e disse-lhe que a pintura devia ser levada para a igreja de São Mateus, localizada na via Merulana, entre as basílicas de Santa Maria Maggiore e San Giovanni in Laterano.
A viúva, a filha e o vizinho apressaram-se a comunicar estes prodigiosos fatos aos Padres Agostinianos, encarregados da referida igreja. Em um piscar de olhos, a notícia se espalhou por toda a cidade de Roma. Assim, quando o quadro deveria ser transportado para lá, em 27 de março de 1499, formou-se uma grandiosa procissão seguida por inúmeros membros do clero e uma multidão de fiéis. Durante três séculos a imagem sagrada foi venerada na Igreja de São Mateus. Ali afluíam fiéis de toda parte em tão grande número que, em pouco tempo, tornou-se uma das igrejas mais visitadas de Roma, pela fama dos milagres operados por intercessão da Virgem do Perpétuo Socorro.
Entre 1739 a 1798, a igreja e o mosteiro adjacente foram entregues aos cuidados dos agostinianos irlandeses, injustamente exilados de seu país, que usaram o mosteiro como centro de treinamento para sua província romana. Os jovens estudantes encontraram ali um refúgio de paz na presença da Virgem do Perpétuo Socorro enquanto se preparavam para o sacerdócio, para o apostolado e para o martírio.
Mas novas dificuldades, no entanto, se colocaram entre a Mãe de Misericórdia e seus filhos. Em 1798 as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram Roma, eles exilaram o Papa Pio VI e, sob o pretexto de fortalecer as defesas da cidade, destruíram 30 igrejas, incluindo aquela de São Mateus. Nesta ocasião, foram perdidas inúmeras relíquias e um grande número de imagens sagradas. Apesar disso, a pintura milagrosa foi salva no último minuto por um padre que a levou para a Igreja de Santo Eusébio e depois para a capela privada dos agostinianos no convento de Santa Maria em Posterula (que hoje já não existe), para onde os agostinianos se mudaram em 1819.
No turbilhão de acontecimentos políticos e guerras que marcaram as primeiras décadas do século XIX, a memória da bondade inefável com que a Mãe do Perpétuo Socorro acolhia a todos que a ela se dirigiam estava quase completamente apagada. Assim, sua imagem sagrada acabou relegada por mais de meio século em uma capela secundária em Roma, esquecida por quase todos, sem nenhum ato de devoção especial, sem nenhum ornamento e nem mesmo uma lâmpada que indicasse sua augusta presença.
Assim começa a terceira fase de sua história, a era dos Anos Ocultos.

A primeira devoção mariana de João Paulo II

João Paulo II não se expressou com muita frequência ou mesmo com muita clareza, sobre a raiz de sua intimidade com Maria, que amadureceu desde cedo em sua experiência pessoal, emerge na sua biografia claramente o vazio de uma mãe, preenchido pela Mãe de Jesus. Perdeu a mãe, Emilia Kaczorowska, quando tinha apenas 9 anos, em 13 de abril de 1929.
O vazio de uma mãe o levou a procurar o rosto de sua mãe, talvez também guiado por sua mãe Emília. De fato, em sua adolescência e juventude, Karol encontrou imediatamente alguns ícones vivos da presença de Maria em sua vida. Mas talvez tenha sido a mãe de Karol quem direcionou o filho para a devoção mariana. Recordamos que Emilia havia preparado um pequeno altar no quarto de Karol onde ele fazia suas devoções.
Ele mesmo nos deixou a descrição dos primeiros frutos de sua devoção mariana em seu livro autobiográfico Dom e mistério, falando do fio mariano de sua vocação.
Vamos dar-lhe a palavra para descobrir os primeiros ícones primordiais de Maria que marcaram a sua vida:

«Naturalmente falando das origens da minha vocação sacerdotal, não posso esquecer o fio mariano. A devoção à Mãe de Deus em sua forma tradicional me vem da família e da paróquia de Wadowice. Lembro-me, na igreja paroquial, de uma capela lateral dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde de manhã, antes do início das aulas, iam os alunos do Ensino Médio. Mesmo quando as aulas terminavam, nas horas da tarde, muitos alunos iam lá para rezar à Virgem».

É o primeiro ícone da devoção mariana do pequeno Karol, uma imagem oriental, do tipo da Mãe de Deus da Paixão, preservada hoje na Igreja de Santo Afonso. Em sua primeira peregrinação à sua cidade natal, em 7 de junho de 1979, o Papa João Paulo II quis recordar esta imagem de Maria, convidando todos a voltarem o olhar para ela.

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