A sacra Liturgia e a devoção a Maria

A Sacra Liturgia, como o culto público da Igreja, representa a adoração que Cristo, como Sacerdote e Cabeça da Igreja, oferece ao Pai Eterno. Neste ato de adoração, Cristo associa a si mesmo a Igreja, sua Esposa. O Concílio Vaticano Segundo enfatiza que “o culto público integral é exercido pelo corpo místico de Jesus Cristo, isto é, pelo cabeça e pelas suas membros” (SC, n. 7). Este conceito lança luz sobre o papel significativo da Virgem Maria na Liturgia, como a Mãe do Redentor e o mais distinto membro da Igreja.

Maria na Liturgia: um lugar de honra

A veneração de Maria na Liturgia é um reflexo de sua associação única com os mistérios de Cristo, o Redentor. Historicamente, tanto no Oriente quanto no Ocidente, as mais elevadas e puras expressões de piedade a Maria floresceram no contexto litúrgico. A memória diária de Maria na Oração Eucarística de cada missa, especialmente considerando que o sacrifício eucarístico é o ato supremo de adoração cristã, destaca a importância desta devoção.

Maria no ano litúrgico

A Liturgia do Advento é uma das primeiras evidências da veneração dada à Mãe de Deus pela Igreja. A devoção a Maria é inseparável do seu ponto de referência necessário: Cristo. As celebrações do Natal, incluindo a solenidade da Imaculada Conceição e a festa da Sagrada Família, são momentos em que a Liturgia destaca a presença de Maria. Além disso, ao longo do Ano Litúrgico, celebrações como a Anunciação, a Visitação, a Assunção e outras, reafirmam o papel especial de Maria na vida da Igreja.

Maria e a intercessão na Liturgia

A Liturgia valoriza o papel de intercessão de Maria. A exemplo de Moisés, que intercedeu pelo povo de Israel, a Igreja reconhece e invoca o poder de intercessão de Maria em várias celebrações litúrgicas. Na solenidade da Imaculada Conceição, a Igreja ora pela intercessão de Maria para encontrar Deus em santidade e pureza de espírito. Similarmente, em outras festividades marianas, as orações enfatizam a sua intercessão.

Liturgia e a Tradição viva

A Liturgia é um elemento constitutivo da Santa e viva Tradição, refletindo a crença da Igreja na poderosa intercessão de Maria. As fórmulas litúrgicas, enraizadas na lex orandi, lex credendi, manifestam a fé da Igreja na Mãe de Deus. Assim, a devoção mariana tem bases sólidas na fé da Igreja, ensinando-nos como orar e venerar Maria.

O papel de Maria nas diversas facetas da Liturgia

Além das celebrações específicas, a Liturgia das Horas, o Lecionário e outros textos litúrgicos incluem referências a Maria, reforçando sua importância na vida da Igreja. Desde o rito batismal até as orações pelos moribundos e pelos mortos, a Liturgia reconhece e invoca o papel de intercessão de Maria.

Conclusão: Maria na renovada liturgia romana

A Liturgia Romana, especialmente após a renovação sob o pontificado de São Paulo VI, posiciona adequadamente a Virgem Maria dentro do mistério de Cristo, reconhecendo seu papel singular no culto cristão. A devoção mariana, fortalecida pela tradição da Igreja e pelo movimento litúrgico anterior ao Concílio Vaticano II, oferece aos cristãos razões litúrgicas sólidas para sua veneração. Esta devoção nos conduz a uma participação mais profunda nos mistérios de Cristo e nos ajuda a garantir que uma sólida fé sustente o afeto que mostramos à bendita Mãe. A Liturgia, portanto, não apenas honra Maria, mas também ensina os fiéis a profundidade e a beleza de sua devoção.

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