Nota-se uma evolução a esse respeito: na Idade Média, o sacerdote estava totalmente inserido no povo de Deus, a ponto de imitá-lo no vício e na ignorância.
O indício mais preocupante da crise sacerdotal atual é que assistimos à construção mental de que a devoção mariana é algo acessório, burocrático, que impede ou enfraquece o nosso contato com Cristo.
A crise sacerdotal nos nossos dias não se refere apenas ao celibato, mas à natureza e imagem do sacerdócio. É uma crise de identidade! Pensemos por momentos que hoje um sacerdócio meramente religioso e sacramental se confunde com ação política. O sacerdócio é uma função de prazo fixo e de horário determinado ou o padre é realmente o profissional em tempo integral apaixonado? O que é específico do sacerdote? Que meios concretos devem ser usados para que a atividade sacramental seja expressão de uma fé que abranja toda a vida pessoal e social, e não um ritual externo?
«A imagem de Maria é inexpugnável e mesmo para os que não acreditam tem o valor de um tesouro de beleza intangível, mesmo quando não é entendida como imagem de fé, mas apenas como símbolo sublime e interpretada segundo categorias humanas universais. Irradia a evidência do que foi marcada pela forma da Revelação e que fundamentalmente pertenceria também à Igreja se esta não fosse outra senão a “esposa sem mancha e sem ruga”, como era pensada apenas a partir de Cristo»
Quando falamos de problemas de tradução escriturística, nós encontramos uma barreira que surge com toda a naturalidade sobre a teologia bíblico-mariana
A eleição e vocação divinas têm por conteúdo a maternidade de Maria, mãe daquela pessoa singular que é Jesus; esta maternidade representa o sentido da sua missão histórico-salvífica
Delimitada à aceitação da obra salvífica de Deus, a maternidade de Maria não pode ocorrer sem fé; por isso a cena termina com essas palavras - eis aqui a serva do Senhor:
Maria e a Palavra, pessoa e acontecimento; o sentido desta abordagem pede-nos que evitemos elaborar uma teologia da Palavra e depois aplicá-la a Maria:
O santuário, quer seja dedicado à Santíssima Trindade, a Cristo Senhor, à Santíssima Virgem, aos Anjos, ou aos Santos, é talvez o lugar onde as relações entre a liturgia e a piedade popular são mais frequentes e evidentes.
Maria realiza plenamente a theoria divina, isto é, a plena compreensão do amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, torna-se a causa exemplar da salvação, da orientação da nossa existência para Deus
Para compreender a profundidade e a amplitude da escuta de Maria, devemos descer à gruta da Natividade em Belém e reviver a visita dos pastores ao berço de Jesus.