Liturgia

A Mãe da Esperança

Neste Ano Jubilar, a Virgem Maria, Mãe da Esperança, testemunha a centralidade de Cristo, Deus connosco e nossa esperança. Se Jesus é o Emanuel, que está sempre connosco, também a sua Mãe está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, ensinando o caminho para Ele. Ela, que acreditou, sem reservas, nas palavras que Lhe foram ditas da parte do Senhor, continua a mostrar Cristo ao mundo e a conduzir o mundo a Cristo. Das mãos de Maria, acolhemos a Esperança verdadeira, Cristo! 

São João Paulo II ensinou que «se Jesus é a Vida, Maria é a Mãe da Vida. Se Jesus é a Esperança, Maria é a Mãe da Esperança. Se Jesus é a Paz, Maria é a Mãe da Paz, Mãe do Príncipe da Paz» (Homilia, 1 de janeiro de 2002). Jesus Cristo, embora seja único e irrepetível, pela sua divindade, pela sua conceção e nascimento virginal, é o Filho de Maria.  

Portanto, unido, de forma inseparável, ao mistério de Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado pela nossa salvação, está também o mistério de Maria, a mulher de quem o Filho de Deus recebeu a carne e o mistério da Igreja, corpo místico de Cristo. Trata-se de um único mistério de amor e, portanto, de liberdade  (cf. Leão XIV, Angelus, 15 de agosto de 2025).

A Virgem Maria é, de geração em geração, a grande Mestra da vida cristã. Olhando para Ela, compreendemos o verdadeiro valor das grandezas terrenas e o pleno sentido da vocação cristã. Quando A invocamos como Mãe da Esperança, sabemos que nos orienta a amar, adorar e servir a Jesus, o bendito fruto que nasceu do seu ventre. 

Na mesma linha, Ela ajudar-nos-á a reavivar, cada vez mais, a nossa pertença à Igreja, encorajando-nos a não ter medo de assumir as nossas responsabilidades de testemunhas credíveis do amor de Deus, no nosso tempo e no nosso quotidiano. A Mãe da Esperança é a Mãe da Igreja, à qual está intimamente ligada.

Ao confiarmos e imitarmos a Mãe da Esperança, aprendemos a ir ao encontro daqueles que já nada esperam e não esperam em ninguém, porque «Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (Francisco, Evangelium Gaudium, 286). De facto, a Esperança pode ser para muitos irmãos “um pequeno paninho”, capaz de aquecer a vida com a ternura perdida.

Como peregrinos de esperança, com toda a humildade e confiança, nas mãos de Maria colocamos todos os anseios humanos, que Ela entregará, amorosamente, Àquele que é a Vida, a Esperança e a Paz.

P. João Paulo Quelhas Domingues

    Edição Locus

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